Quero dizer que no mistério mais profundo de ser Pessoa habita o desafio de cada uma ser Única, Original e Irrepetível. Fizeram-nos às vezes acreditar num deus que gosta de tudo muito alinhado, muito infantilmente simétrico, tudo sempre muito igual e enquadrado. Foi assim que nos transmitiram um deus quadrado, uma divindade que não sai a Jesus de Nazaré por ângulo nenhum.
Mas esta certeza de sermos tão Únicos e Originais fala-nos de um Deus que rejubila com a novidade e a diferença, que nos cria para a novidade e a diferença porque nos quer felizes e a viver em abundância.
Gostava que a Fé fosse proposta de tal maneira que levasse cada pessoa à experiência intima e desafiadora de ser Irrepetível. E gostava que a Igreja desse sempre testemunho de que aquilo que Deus cria Irrepetível, cria também Irreprimível.
Hoje lembrei-me que, se cada um de nós é Único, Original e Irrepetível, então, se queres fazer a diferença, ser diferente e único, sê tu mesmo! Nunca és tão único como quando sintonizas com o que em ti é Único; nunca serás tão diferente e original como quando te libertares dos medos e das cadeias que não te deixam ser quem tu és.
Temos um dever de verdade para com a Vida.
Em ti há dons e maravilhas que nunca houve nem haverá em ninguém do mesmo modo! Por uma quantidade enorme de motivos, vão-nos encaixando em moldes e formas que, muitas vezes, nos integram socialmente mas nos desintegram humanamente. Depois nós mesmos ganhamos fobias e manias que nos desvirtuam. Desvirtuar vem do latim "virtus" que significa "força". Desvirtuar quer dizer "tirar a força".
Há-de haver um dia para cada um de nós que levamos o belo nome de "cristãos" - quer dizer, os "crísticos", os que têm a pinta do Cristo Galileu - em que perceberemos que a Fé em/de Jesus é um estilo de vida, é uma vida com estilo, um certo estilo, um estilo certo..."
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