quinta-feira, 14 de março de 2013

quarta-feira, 13 de março de 2013

Sobre a Igreja. Aquele que eu sou e aquele na qual acredito. Mesmo com (muitos) defeitos. Graves.

Sou cristã. E sou católica. Praticante claro...já que, não faz qualquer sentido alguém dizer-se "católico não praticante". A fé e/ou a pertença a uma Igreja só se faz, praticando aquilo em que se acredita. Ou se é, ou não se é. Como católica que sou, custa-me ouvir determinadas críticas (destrutivas) vindas de pessoas que, provavelmente, nem sequer sonham o que é a Igreja realmente. Ouvem umas coisas e depois, mandam ao ar   teorias baseadas em notícias polémicas. Enfim. Ultimamente, tenho-me deparado com algumas afirmações que me deixam um bocado incomodada. Não por achar que algumas dessas afirmações sejam válidas, mas porque, quando ofendem alguém ou alguma coisa que amamos, é humano ficarmos ofendidos não é? E eu amo esta Igreja. A sério que sim. Não sou teóloga, não tenho conhecimentos por aí além sobre a história da Igreja e nem sequer me vou dar ao trabalho de explicar exaustivamente, as razões da minha fé porque acho que a fé, é uma descoberta pessoal  já que não pode ser imposta e Jesus Cristo, que muitos admiram mas que tantos esquecem que afinal é o fundador desta Igreja, foi o homem mais livre de sempre. Amo-a porque  sim. Porque amo Jesus Cristo e porque admiro a Sua Humanidade.
Já todos sabemos que a hierarquia da Igreja tem muitos lados negros. Já todos sabemos dos casos de pedofilia, de corrupção e se calhar, de muitas outras situações que estarão escondidas. Já todos sabemos da inquisição. Já. Já sabemos. E não nos orgulhamos por isso. São de facto, situações muito graves e que dão cabo dos planos que Jesus tinha para esta Igreja. Mesmo assim, continuo a querer pertencer a ESTA igreja. Sim ESTA. Aquela que está longe de ser perfeita mas que foi fundada por Jesus,que quis este projecto, mesmo sabendo (de sobra) os riscos que corria ao fazê-lo. Mesmo sabendo da fragilidade daqueles que haveriam de lhe dar continuidade. Aquela que, no princípio era formada por uma comunidade de pessoas que se amavam (isto está escrito nos Actos dos Apóstolos, um livro do Novo Testamento) e que partilhavam tudo entre si, ao ponto de causar admiração entre aqueles que não eram cristãos "Vê-de como eles se amam!"... Aquela que ao longo de milhares de anos, foi dirigida por pessoas muito más, mas também muito boas, como qualquer Instituição ou comunidade, cidade, aldeia, bairro...enfim...como qualquer lugar onde haja gente. Pessoas. Com falhas. Com fragilidades.... "Ai mas a Igreja devia dar o exemplo" "Ai mas os padres deviam dar o exemplo" Pois deviam. E quem disse que não dão? Eu conheço muitos padres que dão esse exemplo. De entrega e de doação aos outros...Também conheço outros que não. É verdade. E então? O que muda isso?...para mim, nada. "Mas a Santa Sé não devia isto e aquilo". Ok. Para mim, tal facto, continua sem alterar a minha ideia de querer pertencer à Igreja. Faz-me pensar que certas atitudes não são, de facto, coerentes com aquilo que Jesus quer. Mas a fé, trata-se disso mesmo. De fé.  E se eu acredito em Jesus Cristo, também acredito que algo que ele fundou, seja bom (mesmo que tenha muitas falhas, sim já sabemos que sim). Mas é que eu, sinto-me Igreja. É que eu, esforço-me por ser Igreja. E isto, é de facto complicado...Isto, não é para quem pode (porque todos podem). É sobretudo para quem quer. É porque ser Igreja, tem implicações concretas na vida das pessoas. Exige delas. Acreditar só em Deus é prático. Não implica grandes coisas, a não ser ter uma segurança lá em cima quando as coisas cá em baixo, se complicam. Ser Igreja vai tão, mas tão além disso...E não basta ir à missa e rezar umas coisas...isso também não é difícil. Tem de se ir bem mais longe...Tem de se ver a trave no nosso olho, antes de ver o argueiro no olho do outro. Visto de outro prisma, temos de ver os nossos egoísmos, as nossas faltas de amor, a nossa vidinha centrada no próprio umbigo, antes de vermos os sapatos Gucci do Papa (...)