segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Inconsequente (adjectivo uniforme):

incoerente, contraditório, irreflectido, imponderado (...)

Fui isto tudo no sábado à noite quando tive a triste ideia de levar uns saltos de 10 cm para a noite.

Balanço final:

1. 1,74 m (pelo menos por uma noite)
2. uma sensação de: "uau sou poderosa" nos primeiros 20 minutos,
3. dois pés destruídos,
4. duas pernas a doer muito,
5. uma dor de costas,
6. uma dor de cabeça,
7. uma noite estragada
8. um juramento "mesmo a sério" de nunca mais na vida sair para a noite de tacões
só mais uma coisinha 1 - deve ser a trigésima vez que faço este juramento
só mais uma coisinha 2 - "nunca mais" se calhar é muito tempo

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Da tristeza

As pessoas andam tristes. Todas as pessoas. Mais ninguém reparou nisso? Sou eu que ando a ver o mundo distorcido?...Pessoas tristes, sempre houve. Mas não como agora. Agora, eu olho à minha volta e o que oiço são conversas de desânimo em relação "ao sistema"...ou então, já nem oiço conversa alguma. As pessoas ficam caladas no seu canto, quietas e encolhidas como se tivessem medo de viver e de falar e de sorrir e até de dizer uns disparates. Nas noites de Agosto, vêm-se esplanadas repletas de gente de cara triste e desiludida, jovens agarrados aos telemóveis, cada um no seu mundinho virtual, onde não há espaço para conversas reais e enriquecedoras. Ou então,mesas cheias de garrafas de cerveja vazias ou copos com bebidas de cores duvidosas com gente "alegre" à força.
Ou isto sempre foi assim e eu é que não vi, ou então, está a passar-se algo de estranho e triste. Algum sociólogo será capaz de me explicar este fenómeno? É que eu ainda me lembro de sair à noite e ouvir gargalhas sonoras, jovens à conversa, grupos de amigos que tinham sonhos e lutavam por causas comuns. Ainda me lembro das crianças jogarem às escondidas na rua e de acreditarem no Pai Natal e de gostarem de comer gelados sentadas num banco de jardim e de serem felizes por isso. E de se notar que eram felizes por isso. Hoje há tudo em excesso. Há consolas, telemóveis, PSPS ou o raio que a leve, há seiscentos e tal amigos no facebook e mais trezentos e tal no hi5...mas mesmo assim as pessoas andam tristes. Mesmo assim, a solidão de tanta gente, parece ser cada vez mais evidente e o mais assustador de tudo é cada um parecer viver "bem" com isso.
A causa desta tristeza generalizada deve ser comum. Deve haver uma raiz bem profunda que originou esta planta venenosa que está a contaminar o mundo. 
E eu até desconfio onde está essa raiz. Mas isso, é um tema de conversa que seria interessante ter numa esplanada de Agosto, não fossem o desânimo e a tristeza camuflados por um telemóvel. Ou por uma garrafa de cerveja.

sábado, 14 de agosto de 2010

Definitivamente

...não gosto de calor em demasia. E entenda-se o "em demasia" , qualquer temperatura acima dos 30ºC. Houve um tempo (há alguns anos atrás) em que o calor, para mim, era uma festa e até rezava para que no dia seguinte as temperaturas fossem bem altas para poder aproveitar ao máximo o Verão. Nesse tempo, ainda não trabalhava no mês de Agosto, ainda podia dormir até ao meio dia, ainda passava as tardes na  água de um rio ou de uma piscina qualquer, ainda podia sair até de madrugada para os bailaricos sem a preocupação de ter de acordar no dia seguinte, ainda sonhava em ser morenaça nem que fosse durante dois ou três meses...enfim...nesse tempo o calor era um bem essencial à minha felicidade, durante os meses de férias. Neste momento, se calhar já não. Se calhar, neste momento, até odeio este calor tórrido que me faz sentir peganhenta o dia todo. Este calor que me cansa. Este calor que me faz bocejar durante o dia e que me aflige até de roupa interior e só com o lençol por cima durante a noite. E odeio pensar que há milhares de pessoas na praia, piscina, rio ou qualquer coisa que tenha água fresca lá dentro, enquanto eu tenho de estar com a cabeça enfiada no trabalho. Sim, sim...claro que há muita gente sem trabalho e que tenho de estar grata. E estou. Muito até. Mas no mês de Agosto, a coisa complica-se...e o bom senso derrete. É por isso que desejo ardentemente (no sentido literal da coisa) que chegue rapidamente o frio. Frio bem gelado...frio negativo. Frio de neve. Frio transmontano de tiritar e  de deixar o nariz vermelho e a pingar.  Hummm que delícia...
Não gosto de Agosto.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

O meu sonho

Alguns dizem que eu ainda acredito no Pai Natal.
No Pai Natal, já não acredito. Mas ainda acredito noutras coisas aparentemente improváveis. E gosto de acreditar assim. Gosto de viver nesta ilusão e não gosto quando dizem que "não vale a pena porque não é possível". Sonho ainda com um mundo melhor do que este. Com uma sociedade mais justa e mais autêntica. Sonho com pessoas melhores, ou melhor, sonho com o esforço de cada um por mostrar o melhor que há em si. Sonho com o esforço pela luta pelos sonhos. E sonho com a novidade das coisas em cada novo dia que nasce. Sonho que posso ser sempre melhor quando me disponho a sê-lo e que tudo é possível se eu quiser que seja possível realmente.