sexta-feira, 25 de março de 2011

Da inveja

Dizem que a inveja é uma coisa muito feia. E é. Desde pequena que me lembro da minha mãe dizer para eu lutar com todas as forças contra este sentimento, se por acaso sentisse alguma "pontinha" que fosse (é esta a expressão que ela usa). Ela dizia sempre que a inveja é o sentimento mais destrutivo de todos e que pode inclusivamente arrasar a vida das pessoas. Em criança, não entendia muito bem isto e apesar de ter uma vaga ideia do que seria este sentimento tão nocivo, não tinha a percepção de como ele pode, de facto, ser devastador. Hoje entendo. Fosse pela insistência da minha mãe, fosse porque o meu código genético assim o ditou, é pecado capital do qual a minha consciência não me acusa. Isto é óptimo para a tranquilidade do meu espírito, mas é péssimo porque consigo discernir com mais contraste, a inveja que anda à minha volta. Que Deus nos proteja! Entendo agora, as palavras sábias da minha mãe! A inveja destrói tudo o que é bom. Torna as pessoas mesquinhas e antipáticas (ou hipócritas). Ridiculariza os diálogos, empobrece as relações e  os momentos que poderiam ser de partilha e de crescimento. Acaba com amizades porque instala a desconfiança e a confusão. 
Há sempre um motivo por detrás de uma inveja. Claro que sim. Mas isso é outra conversa.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Tinha de partilhar...

«Acaso é esse o jejum que me agrada, no dia em que o homem se mortifica? Curvar a cabeça como um junco, deitar-se sobre saco e cinza? Podeis chamar a isto jejum e dia agradável ao SENHOR?» Is 58, 5


Nesta Quaresma, Senhor, que jejum me pedes?
É bom e justo fixar um “ponto de esforço”,
que me vá recordando, dia-a-dia, que o desprendimento e a mudança
são passos verdadeiros de conversão.
Mas estes pequenos gestos têm de ser sinais de uma decisão mais funda
de um querer mais decidido, de um desejo mais verdadeiro de perfeição.
Se assim não for, pelo possível e razoável,
mas acabo adiando a verdadeira questão:
mudar o meu coração!
É este o jejum que me pedes.
Só pode ser este: mudar, mudar mesmo, mudar até ao fundo.
Ainda que doa... mesmo que doa.
Mudar é cumprir aquele Teu desejo sobre mim
de ser tal como me pensaste:
homem inteiro, de coração aberto à verdade,
capaz de ser feliz, já e agora, apesar de toda a contingência do caminho.
Para que se cumpra o Teu desejo, tenho que me libertar
do que me prende ao que não dura,
e do que me amarra à ilusão.
É esta a mudança, é este o jejum.
Ajuda-me Senhor!


Oração da manhã da Rádio Renascença do dia 18 de Março de 2011 por: Rui Corrêa d'Oliveira

quarta-feira, 16 de março de 2011

Cá para mim esgotou-se o tempo

Já não há paciência para tanta desgraça, para tanta crise, para tanta tragédia. Esgotou-se a pachorra. Já passei a fase do pessimismo e estou de momento, na fase da apatia. A desgraça chega ao cérebro e faz ricochete. Dizem que nós pintamos o mundo com as cores que temos dentro de nós. Tretas. Isto está negro e acabou-se a conversa. Ou o pessoal atina ou a próxima paragem é no fundo.
A boa notícia é que até sempre podemos rir-nos da estupidez humana que é cada vez mais surpreendente.

Já agora...não sei se isto seria pior ou não, mas quero muito eleições antecipadas. Como hoje já é tarde, amanhã seria um boa dia.