Já sabemos viver sem raízes e sem metas. Basta-nos deixarmo-nos programar a partir de fora. Movemo-nos e agitamo-nos sem cessar, mas não sabemos o que queremos nem aonde vamos. Estamos cada vez melhor informados, mas sentimo-nos mais perdidos que nunca!
Vem Espírito Santo e liberta-nos da escuridão interior.
Queremos ser livres e independentes e encontramo-nos cada vez mais sozinhos. Necessitamos viver e encerramo-nos no nosso pequeno mundo, às vezes tão aborrecido. Necessitamos sentir-nos queridos e não sabemos criar contactos vivos e amistosos. Ao sexo chamamos “amor” e ao prazer chamamos “felicidade”, mas quem há-de saciar a nossa sede?!
Vem Espírito Santo e ensina-nos a amar.
Na nossa vida parece não haver sítio para Deus. A Sua presença ficou reprimida ou atrofiada dentro de nós mesmos. Cheios de ruídos por dentro, já não podemos escutar a Sua voz. Submergidos em mil desejos e sensações, não chegamos a perceber a Sua proximidade. Sabemos falar com todos menos com Ele. Aprendemos a viver de costas para o Mistério.
Vem Espírito Santo e ensina-nos a ter fé.
Crentes ou não crentes, pouco crentes e mau crentes, assim peregrinamos todos muitas vezes pela vida. Na festa cristã do Espírito Santo, Jesus diz-nos a todos o que um dia disse aos seus discípulos, exalando sobre eles o seu alento; “Recebei o Espírito Santo!” Este Espírito que sustém as nossas pobres vidas e dá alento à nossa débil fé pode penetrar em nós por caminhos que apenas ele conhece."
Texto de Antonio Pagola, para o dia de Pentecostes
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